segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Matéria que anda a passear entre Universos!

A idéia de que nosso universo está incorporado num espaço multidimensional mais amplo capturou a imaginação de cientistas e da população em geral. Esta ideia não é inteiramente ficção científica! De acordo com algumas teorias, o nosso cosmos pode existir em paralelo com outros universos a várias dimensões. Os cosmólogos chamam esses universos "braneworlds". E entre as muitos perspectivas que isto traz ocorre a idéia de que as coisas do nosso universo pode de alguma forma acabam noutro. Há um par de anos atrás, Michael Sarrazin, da Universidade de Namur na Bélgica, mostrou como a matéria pode dar um "salto" na presença de grandes potenciais magnéticos, fornecendo assim uma base teórica para as anteriores suposições. Hoje, Sarrazin diz que a nossa galáxia tem capacidade para produzir um potencial magnético suficientemente grande para que isto possa ser uma realidade. Ou seja o "flash forward" da TV pode segundo Sarrazin acontecer! Se assim for, devemos ser capazes de observar a matéria a "saltar" entre universos em laboratório. Na verdade, tais observações podem já ter sido feitas em certas experiências. As experiências em questão envolvem armadilhas de neutrões "ultracold" em garrafas em lugares como o Institut Laue Langevin, em Grenoble, França, e São Petersburgo Instituto de Física Nuclear.Estes neutrões "ultracold" movem-se tão lentamente que é possível prendê-los usando "frascos" feitos de campos magnéticos, a matéria ordinária e até mesmo a gravidade. Uma forma de fazer isto é medir a rapidez com que os neutrões decaem por emissão beta. Então os físicos podem medir a velocidade com que os neutrões batem nas paredes do frasco e quão rapidamente isto acontece. Existem duas possibilidades de fazer esta medição: Através da taxa de decomposição de neutrões e da taxa à qual os neutrões escapam da garrafa. Assim, no caso de uma "garrafa ideal", a taxa de decomposição deve ser igual à taxa de decaimento beta. Mas as garrafas não são ideais e a taxa de decomposição é sempre mais rápida. Isso deixa em aberto uma outra possibilidade de trabalho: que parte da decadência extra pode ser o resultado de neutrões que saltam do nosso universo para outro. Então, Sarrazin usou as taxas de decadência medidas para estabelecer um limite superior de quantas vezes isso pode acontecer. A conclusão é que a probabilidade de um salto de neutrões é menor do que cerca de um em um milhão. Isto realmente não diz nada sobre se a troca de matéria de facto acontece. Só que se isso acontecer, isso não acontece muito frequentemente. De acordo com o trabalho teórico de Sarrazin, uma mudança no potencial gravitacional deve também influenciar a taxa de troca de matéria. Então, a idéia é realizar uma experiência de captura de neutrões que terá a duração de um ano ou mais, permitindo que a Terra complete pelo menos uma órbita do sol. Nesse tempo, as alterações potenciais gravitacionais variam de uma tal maneira que devem influenciar a taxa de troca de matéria. "Se é possível detectar tal modulação seria um forte indício de que a troca de matéria realmente ocorre", diz Sarrazin. Isso seria uma das descobertas mais importantes e controversas da física moderna e que é possível com as tecnologias disponíveis hoje. Alguém tem uma garrafa de neutrões antiga por ai um pouco de tempo livre?

1 comentário:

Anónimo disse...

Amo astronomia, mas não sou nenhuma expert. Acho muito interessante, o livro; teoria dos universos, do cientista brasileiro Adilson Campos. Até pensei que este blog, fosse sobre este livro. É uma ideia impressionante, de que existem infinitos universos. Muito louco!